Dirigido por Eric Toledano e Olivier Nakache, Intocáveis, produção francesa que já alcançou a marca de filme francês mais visto no mundo e acabou de deixar os cinemas brasileiros deixando-nos igualmente cativados.
Trata-se da história de um milionário tetraplégico, Plilippe que na busca por contratar um cuidador opta pelo improvável, um jovem sem experiência e marginalizado, Driss. Da convivência destes opostos nasce uma grande amizade.
Cris cativa o milionáiro por sua indiferença com relação a sua condição de deficiente, ao não questionar Driss sobre seu passado. Os dois personagens principais encontram-se presos por questões físicas ou sociais, quando essas amarras são rompidas pela sinceridade, eles tem sua individualidade resgatada e podem apreciar um delicioso processo de auto-conhecimento e rompimento de limites que temos prazer em acompanhar.
A sinopse parece indicar críticas sociais e/ou um belo drama, mas ele foge desses clichês e se permite contar uma história recheada de humor politicamente incorreto.
Intocáveis é um filme leve, divertido e essencialmente humano.
Navegando em Cultura
“Navegar é preciso, viver não é preciso.”
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
Mirada: Grupo Galpão, Romeu e Julieta
A tragédia do dramaturgo inglês
William Shakespeare esteve hoje no Emissário Submarino com nova roupagem, mas
sem perder a sua essência que encanta o mundo durante séculos. Romeu e Julieta,
adaptado pelo grupo Galpão, é uma peça que dispensa apresentações, mundialmente
conhecida pela história dos amantes que pagam com a vida a hipocrisia social de
seus antepassados, por criarem uma rixa que impossibilita que o amor floresça.
Os mineiros impressionaram com
sua adaptação contemporânea da obra. Peça montada ao ar livre, tendo como
principal componente de cenário uma perua Veraneio modelo 1974, uma exclusividade
da nossa cidade foi a orla da praia, que serviu de fundo para a peça. O público
que compareceu à peça, que representou a região em boa quantidade, pode
usufruir de um ótimo espetáculo e de uma agradável tarde de inverno com cara de
verão.
Além do cenário incomum, o grupo
Galpão, com roupagem e atuações circenses, deram novo linguajar a peça
shakespeariana. Adaptando o figurino do séc. XVI para um misto de cultura
regional brasileira com inspirações do circo, o grupo Galpão utiliza dos
diálogos e narrativa da peça, e veste ela com linguajar novo, dando um ar
diferente à peça sem modificar o seu enredo.
Os atores, alguns se equilibrando
em pernas de pau, interagiram com o público, às vezes até fugindo um pouco do
script, arrancaram muitas risadas do público, essa interação cômica com o
público é outra inspiração do picadeiro, onde a interação com o público é um
grande fator. Outro encanto da peça foi o resgate da cultura popular brasileira
presente na forma de serestas e modinhas, e no já mencionado figurino e cenário,
como o “Anel de Vidro” de Manuel Bandeira que teve forte presença na peça, que
também reflete em metáfora o amor dos jovens, que “se quebrou”.
O grupo Galpão nos mostra que por
meio do visual estilístico da peça, é possível modificar e adaptar um grande
clássico teatral, e, com vestes novas, atrair o público sem mudar sua essência
da peça.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
4ª Tarrafa Literária, Impressões
Abertura
De casa cheia no teatro Coliseu,
foi assim que a 4ª Tarrafa Literária começou. Com uma ótima performance do
grupo Querô, representando a nossa região e a mistura sambareggae por qual são
conhecidos, com batidas nacionais misturadas com tons percussivos
característicos do reggae. Apesar de curta apresentação, tiveram tempo de nos mostrar
vários tipos diferentes de batidas, dando variedade em curto espaço. O elenco
do grupo é caracterizado pela juventude, e participam do projeto Querô,
demonstrando uma nova geração de artistas e o talento das novas gerações.
Após a apresentação, tivemos as
solenidades, onde os organizadores da Tarrafa apresentaram-se e prestaram apoio
ao evento.
Logo em seguida, tomou o palco o
evento principal que lotou a casa, o multi-instrumentalista Lobão. Com sua
originalidade de sempre, tocou um grande repertório de estilos diferentes, nos
apresentando até um cover dos “The Beatles”. É fato que mesmo as pessoas que
não gostem de seu estilo único de apresentação neguem a habilidade de Lobão e
sua banda de terem feito uma ótima apresentação para o público. No entanto
sabemos que a maioria do público presente naquela noite não será o mesmo que
participou das mesas de debates, mas vale a tentativa da organização de trazer
um grande astro para atrair novos públicos.
Quinta-Feira
Mesa 1
Quinta-feira, Lobão novamente
toma à frente do espetáculo, agora com novo endereço, o teatro Guarany, que é o
reduto original da Tarrafa Literária. Ele abre as mesas com a sua autobiografia
“50 anos a mil”, na qual ele relata suas experiências inusitadas de vida.
Polêmico como de costume, Lobão contou suas experiências como quando esteve
preso e tornou-se grande amigo dos detentos. Ou mesmo quando criticou grandes
figuras do meio artístico brasileiro, como Chico Buarque, e Edu Lobo. Lobão é
uma figura carismática e muitas vezes exagerado, mas vale a pena escutar o que
ele tem a dizer.
Mesa 2
A segunda mesa proporcionou o
encontro de Miguel Wisnik com Gilberto Mendes, dois grandes músicos e
compositores. Um ponto muito relevante foi ressaltado na discussão: a dicotomia
entre popular e o erudito. Gilberto ressaltou que a música popular tem o seu
início na música erudita, datando das cortes onde os servos que serviam os
nobres absorviam a música erudita. Wisnik comentou sobre a união do erudito e
do popular para criar algo realmente belo, dando como exemplo Jobim e Vinicius
de Moraes na bossa nova, a junção do mito grego com o samba do morro. Gilberto
reforça que Jobim levou o popular para a erudição, mas que não vê a música em
“popular” e “erudito” e sim apenas como “boa música e música ruim”. Ainda no
tópico de “música boa e ruim”, Wisnik lembra um conto de Machado de Assis
chamado “O homem célebre”, onde o personagem principal quer ser um grande
compositor, porém ele apenas consegue compor polcas, suas polcas que são
tocadas em todos os lugares e são ótimas, Wisnik diz que percebe que o
personagem já é um grande compositor, só que não na área de escolha que ele quer,
a “importante”, o conto ilustra que o popular pode ser escrito de maneira
ótima, não deixando de ser uma expressão musical menor do que o erudito.
Algumas questões sobre Villa-Lobos são
expostas, como as influências da nacionalidade e do popular, e Gilberto Mendes
diz que não importa da onde um determinado compositor é, são todos
influenciados pelos gêneros e pelo mundo. Assim, Villa-Lobos pode ser
brasileiro, e Stravinsky russo, mas isso não faz deles compositores que compõem
apenas músicas brasileiras ou russas.
Infelizmente o mediador Marcus
Vinicius Batista não soube aproveitar muito bem as duas personalidades
presentes, talvez até mesmo por falta de preparo. Muitas de suas perguntas
foram vazias, e até mesmo Miguel Wisnik teve que fazer o trabalho de
entrevistador ao dirigir-se a Gilberto Mendes.
Ao fim, Gilberto Mendes diz que falta
iniciativa do governo local para aproveitar os artistas e estudiosos da arte, e
construir projetos para o engrandecimento da cultura. Dando exemplo do projeto
Música nova, que teve que se adequar a outra cidade por falta de apoio
governamental.
Mesa 3
Um dos grandes momentos da 4ª
Tarrafa Literária foi a presença do escritor angolano José Eduardo Agualusa,
que dividiu o palco com o especialista em cultura afro, o simpático Nei Lopes.
Depois de apresentações formais, a primeira pergunta do mediador Marcos
Ferreira foi sobre a literatura de Agualusa ser referida, às vezes, como
literatura engajada. Agualusa diz não gostar dessa rotulação, em sua opinião
isso acarreta em uma perda de qualidade, porque as pessoas confundem isso com
literatura panfletada. Também questionado sobre a inserção do estranho e o
maravilho em suas obras, Agualusa explica que em decorrência do absurdo da
realidade, o maravilhoso assemelha-se muitas vezes com o real em suas obras. O
próprio autor reconhece isso como uma herança cultural de Angola, como
sincretismo religioso e as diversas lendas que permeiam o cotidiano angolano.
Aproveitando o gancho sobre o
sincretismo religioso, Nei Lopes começa por associar o seu novo livro
“Mandingas da mulata velha na cidade nova”, que explica a influência da cultura
islâmica que os negros trouxeram para o Brasil, tendo como principal reduto a
Bahia até o momento da Revolta dos Malês, ocasionando com a repressão religiosa,
no entanto muito deles procuraram o Rio de Janeiro para se estabelecer.
Partindo desse princípio, Nei Lopes conta diversas histórias dessa Mulata Velha
que seria a Bahia, na cidade nova o Rio de Janeiro. Nei Lopes conta um pouco
sobre como se deu o processo de ícones religiosos afros que foram vertidos em
centros católicos para que dessa maneira pudessem ser preservados na história.
Outro ponto interessante no
encontro, foi quando ambos os escritores citaram Garcia Marquez que herdou em
sua narrativa o realismo-maravilhoso da cultura africana, tanto que a cidade de
Macondo, onde se passa a história do seu livro mais famoso “Cem anos de
solidão”, divide um nome com uma pequena cidade angolana, que talvez tenha
servido de inspiração para Marquez. Nei Lopes reconhece que muito de nossa
cultura, a jinga, alegria e o suingue brasileiro, são marcas deixadas pela
presença do negro em nossa cultura.
Alguns dos romances do escritor
angolano José Eduardo Agualusa serão adaptados para o cinema e para uma série
de TV. Ele conta que o projeto, apesar de ser produzido pela rede Globo, respeitará
os traços da obra de Agualusa, como por exemplo, o elenco será em sua grande
maioria de atores angolanos. Sobre esse tema, Nei Lopes comenta que precisamos
de uma evolução em relação ao tratamento da representação dos afro descendentes
pela televisão. Ele afirma que os papéis são estereotipados, como escravos,
bandidos e empregados.
O encontro finaliza com algumas
perguntas da platéia, e entre elas surge uma sobre a relação de Agualusa com o
escritor moçambicano Mia Couto. Agualusa diz que são amigos, mas que suas obras
distinguem-se em vários aspectos, e conta histórias engraçadas sobre como as
pessoas confundem os dois escritores. Como uma vez em que lhe pagaram um jantar
pensando que ele fosse Mia Couto.
Agualusa e Nei Lopes preocupam-se
com a absorção da cultura africana pelo Brasil, dizem que o retratamento da
cultura africana parece não fluir no cotidiano brasileiro, e acham que deveria
existir um reencontro cultural entre os países.
Sexta-Feira
Mesa 1
Os
encontros do dia 24 iniciaram-se com Ricardo Lísias e Javier Contreras. Os
escritores compartilharam com o público suas experiências de vida e relataram o
modo de suas produções literárias. O tema abordado teve como título “autores em
revistas”, acompanhamos a dinâmica de como uma redação de jornal e revista
funcionam, e como eles, escritores, tiveram que se adaptar a rotina intensa que
o jornalismo requer. Aqueles que gostariam de seguir este caminho ou se
interessam pelo assunto, jornalismo ou crônica jornalística, o encontro foi
interessante.
É sempre bom encontrar autores do
círculo contemporâneo nacional, esperamos que eles possam sempre encontrar
espaço para mostrar seu trabalho, assim como é a Tarrafa. Porém, achamos a
apresentação como um todo pouco empolgante.
Mesa 2
Com a mediação de Alexandre
Soares Silva, o segundo encontro do dia entre Jerônimo Teixeira e o sensacional
Pedro Paulo Sena Madureira onde ambos relataram suas paixões pelos livros. O
intento do encontro titulado “Paixão pelos livros” era que os convidados
discutissem o que os faziam ler e trabalhar com literatura, porém, esse tema
evoluiu para discussões mais profundas acerca do que é literatura e arte. A
pergunta do mediador em relação à quantidade de livros que eles viriam a ler
direcionada primeiramente a Jerônimo Teixeira foi respondida protocolarmente,
mas Pedro Paulo Sena Madureira citou grandes autores que possuíam uma
quantidade limitada de livros, como Shakespeare que quando morreu não possuía
livros em seu testamento, o que Madureira queria abordar é que não importa a
quantidade de livros que lemos, mas sim a forma como lemos os livros. Segundo o
próprio, Flaubert disse que só precisávamos ler cinco livros. Ele, como editor,
leu muitos livros, mas o próprio acredita que não há necessidade de lermos
todos os livros, até mesmo os clássicos. Madureira atribui certa citação à
Machado de Assis “Não precisamos ler todos os livros, eu li por você, e os que
eu não li, os outros leram.” (não literalmente como dito).
Polêmico, Madureira refere-se à grandes
escritores que ler sua obra completa seria perca de tempo, como Balzac, que ele
cita que releria só apenas cinco obras. Sarcástico, diz que James Joyce caberia
em “meio twitter”. Concordamos.
A discussão evolui para o nível
da cultura como acúmulo. O posicionamento dos convidados era sobre como
aproveitar grandes obras, Madureira inclusive cita um amigo de Machado de
Assis: “A cultura é o que sobra quando você esquece de tudo”.
Uma pergunta surgida da platéia
que questionava se o gosto dos convidados havia mudado com o tempo. Jerônimo Teixeira citou Sartre, que em sua
adolescência foi fundamental para seu amadurecimento, e hoje ele não leria
novamente, um pouco decepcionado com as últimas declarações em vida de Sartre.
Polêmico, novamente, Madureira abordou que não gosta do termo “educação
literária”, para ele, a arte em todas as suas manifestações está para
desestabilizar o homem e não para educar. Ele cita diversos exemplos literários
do que não devemos ser como Bento de Dom Casmurro, que o considera um homem
fraco, que foi incapaz de admirar sua mulher, e cita o episódio em que recebe a
notícia que sua mulher morreu, e vai ao teatro, vê a peça Otelo, e “baba” de
prazer ao ver Desdemôna ser enforcada por Otelo, depois se regozija no melhor
restaurante da época . Madureira finaliza respondendo a Teixeira que Sartre
sim, deve ser lido, ele uso o exemplo do preconceito abordado por Sartre,
principalmente o anti-semitismo, que Sartre diz que é o primeiro de todos os
preconceitos.
Outro tópico que surgiu foi a de
que muitas pessoas não lêem livros, pois não se identificam com os personagens.
Jerônimo Teixeira acredita que é uma infantilidade o leitor não conseguir
desvincular-se de si mesmo.
Questionado sobre o número de
tiragens feitas hoje no Brasil, aproximando o quanto o brasileiro lê,
Madureira, com sua experiência como editor, responde com uma citação de Darcy
Ribeiro: “enquanto criança não tiver consumido o mínimo de proteínas para seu
cérebro, não será possível cobrar delas que leiam livros”. Aprofundando o tema,
Madureira diz que o Brasil é a sexta maior economia do mundo, porém temos ainda
que nos preocupar com saneamento básico. E cita o exemplo de Cuba, onde apesar
de ser um país pobre e regido por uma ditadura, tem um número muito maior de
tiragens de livros do que o Brasil.
Finalizando o encontro, foi
debatido o surgimento dos best-sellers,
e esse entretenimento pode ser considerado literatura. Eles respondem que há
uma diferença entre um grande escritor e um page-turner.
Madureira citou Sidney Sheldon, dizendo que o próprio não se considerava um
escritor, apenas um contador de histórias. Segundo ele, literatura é linguagem,
a mesma paisagem descrita por um page-turner
demoraria sessenta em Marcel Proust, e isso para Madureira é arte.
Além do excepcional debate, Madureira nos
prestigiou com algumas fofocas da literatura que somente quem estava lá pode
apreciar, que nos não relataremos.
Mesa 3
Paulo Lins e Humberto Werneck,
com a mediação de Ademir Demarchi fecham os encontros de sexta-feira. A
primeira pergunta foi direcionada à Werneck, sobre o tema do mineiro, que o
autor aborda em suas obras, o livro “O Desatino da Rapaziada”. A obra retrata a
juventude de grandes escritores mineiros, como Fernando Sabino e Carlos
Drummond de Andrade, por exemplo. Como
se deu essa época tão produtiva para a literatura nacional. Comentou que não
gostava muito dos estereótipos mineiros, dizendo que mineiros apenas são
mineiros fora de Minas. Paulo Lins, conhecido por sua obra “Cidade de Deus”,
que foi adaptada para o cinema por Fernando Meirelles, e que ganhou vários
prêmios, concorrendo até mesmo ao Oscar, nos apresentou seu novo livro: “Samba
é samba”. Nessa obra ele aborda a origem
do samba, e seu processo de descriminalização, até tornar-se o que é hoje,
representante da cultura brasileira.
Perguntado sobre seu trabalho
como biografo, Werneck foi enfático ao dizer que não escreveria mais, pois é um
processo muito trabalhoso e penoso para o biografo. Cita como exemplo seu
trabalho na biografia de Jayme Ovalle, retratando até mesmo causos cômicos
sobre a vida do “artista”, contanto até mesmo que a própria viúva de Jayme
perguntava coisas para Werneck sobre a vida e gostos do falecido.
Fazendo uma ponte entre a geração
que Werneck retrata no “Desatino da Rapaziada”, Paulo Lins remete: “O samba é o
modernismo que deu certo”, sua linha de raciocínio é que o samba é algo que
veio do povo, e que cria uma nova linguagem para os novos tempos.
Questionado sobre o papel do
negro na televisão, Paulo Lins diz que é infeliz o fato de os negros serem tão
pouco retratados na TV, mas acrescenta que ele está escrevendo uma nova série
para a rede Globo intitulada “Subúrbio”, no qual ele diz que o elenco é 90%
negro. Esse tema nos faz do que a pouco já escrevemos, sobre a opinião de
Agualusa da cultura brasileira e a excludência dos negros nela.
Durante a apresentação, um fato
pitoresco, Paulo Lins trouxe seu filho João para a apresentação, pequeno João
impressionou a platéia ao terminar seu livro, evento qual recebeu uma salva de
aplausos. Após isso, João resolve brincar em volta da platéia, fazendo com o
que o pai mandasse-o parar, o que causou também algumas risadas do público.
Perguntado sobre o processo de criação
de suas obras, Paulo Lins retratou que ao fazer a investigação para escrever
“Cidade de Deus”, onde ele muitas vezes retirava as notícias dos jornais, e até
mesmo conversava com membros da comunidade, ele diz que ao entrevistar “Zé”
sobre um caso ocorrido, a morte de um menino que foi esquartejado pelo pai,
colocado em uma caixa de sapato e entregue à mãe por ter a cor diferente deles,
Lins disse que isso não é um fato literário, é um homicídio, para ele
literatura é Dostoievski ao narrar a angústia Raskólnikov, até matar sua
senhoria. Assim, ele conta que ao escrever o personagem “Zé Pequeno”, ele
queria colocar em suas falas Nietzsche.
Perguntados sobre o processo
criativo, Werneck responde que “A imaginação é uma maneira de organizar os
pensamentos”, dizendo com isso que é importante para o escritor a maneira como
ele organiza a cadeia de eventos de sua obra.
Foi um ótimo encontro,
recomendemos que leiam os autores, pois eles têm muito a acrescentar.
A algumas mesas não pudemos
comparecer, mas podemos dizer que a 4ª Tarrafa Literária foi um ótimo evento
como todo, e pedimos os comentários de nossos leitores, e que próximo ano
estejam lá. Ainda, publicaremos nossas observações sobre sábado amanhã.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
4ª Tarrafa Literária
Começa na quarta-feira 22 de agosto a 4ª Tarrafa Literária, festival que reúne autores, críticos, jornalistas e
músicos; possibilitando um encontro com o público para arte e cultura ser
discutida. É um espaço livre para que o público tenha a experiência de
participar sobre interessantes discussões com pessoas ilustres do meio da criação
cultural nacional e internacional.
No dia 22, o evento ocorrerá excepcionalmente no teatro Coliseu, Rua Amador Bueno, 237,
no Centro Histórico. Nesse dia, às 20h,
teremos a abertura com a banda “Querô”,
que traz para a Tarrafa forte influência do samba reggae, com excelentes
percussionistas. Após a abertura, teremos a solenidade às 20h30m com os idealizadores do evento, e então às 21h teremos um show com o famoso cantor Lobão, conhecido por ser multi-instrumentalista, cantor e
compositor, editor de revista e apresentador de programas televisivos.
No dia 23, o evento voltará ao seu reduto, o teatro Guarany, localizado
na Praça dos Andradas, nº 100. Os convidados do dia serão: o já citado Lobão, que comentará sua autobiografia
intitulada 50 anos a mil, às 15h. Na
sequência do evento, às 17h, a
programação trará o encontro de José
Miguel Wisnik e Gilberto Mendes, que dialogarão sobre suas odisseias musicais. Às 19h, ocorrerá o encontro intitulado “A África logo alí”, que contará com a
participação do escritor angolano José
Eduardo Agualusa, e do compositor
Nei Lopes, que abordarão questões importantes para nossa herança
multicultural.
No dia 24, às 15h teremos o encontro de um ficcionista e um
jornalista, respectivamente Ricardo
Lísias e Javier Contreras, intitulado o encontro ”Autores em Revista”. “Paixão
pelos Livros” é o nome do encontro que será feito às 17h, com participações de Pedro
Paulo Sena Madureira, grande editor, e Jerônimo
Teixeira, jornalista e crítico literário, que partilharão suas experiências
com a literatura. Às 19h, “Ficção Real
ou Realidade Ficcional”, com Humberto
Werneck, jornalista correspondente em Paris do Jornal da Tarde, e passou
ainda por muitas revistas de prestígio, e Paulo
Lins, autor do livro “Cidade de Deus” que foi adaptado para o cinema por
Fernando Meirelles.
No dia 25, às 15h teremos
o encontro Pepe e Coutinho, ex-jogadores do Santos em sua época
mais gloriosa, que partilharam suas experiências conosco. Às 17h, o encontro “A
crônica nossa de cada dia” terá a presença de Adriana Falcão, conhecida pelos seus roteiros em filmes nacionais,
e José Roberto Torero, cronista e
cineasta. “Os Incorretos” ocorrerá às
19h, com Luiz Felipe Pondé e Leandro
Narloch, esse é jornalista e autor
do livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” e “Guia
Politicamente Incorreto da América Latina ” e aquele é professor de filosofia e
famoso colunista pela revista Folha de São Paulo.
No último dia do evento, 26, será abordado o tema “Minhas Histórias em Quadrinhos” às 15h, que contará com a presença de Lourenço Mutarelli, autor do livro “O Cheiro do Ralo” e cartunista,
e Fernando Gonsales, cartunista e
veterinário. Às 17h “Divulgadores da Ciência”, com Miguel Nicolelis, médico e cientista,
que já foi considerado um dos 20 melhores do mundo, e Edson Amâncio, médico especialista em neurociência e também
conhecido pelo livro “O Homem que fazia chover- E outras histórias inventadas
pela mente”. Boni, aclamado diretor
de televisão e um dos responsáveis pelo sucesso da Globo, e Ricardo Amaral, colunista e famoso
empresário de casas noturnas, fecham o evento com “Se não me Falha a ´Memória” às 19h.
Nos dias 25 e 26 acontece também a “Tarrafinha”, voltado para o público infantil. O dia 25 apresenta, às 14h, a contação de histórias dos livros “A
tampa do céu”, “7 histórias para contar”, e “Mania de explicação”. 15h o espaço é reservado para um bate-papo com a autora dos livros, Adriana Falcão.
No dia 26 temos contação de histórias
dos livros “Chapéuzinhos coloridos”, “O patinho que não era patinho nem feio”,
“Os oito pares de sapato de Cinderela”,
e “Branca de neve e as sete versões”. Às
15h ocorre o bate-papo com o
autor dos livros, Marcus Aurelius
Pimenta.
Estaremos na Tarrafa todos os dias para comentar os encontros e bate-papos.
Para aqueles que irão, a entrada é franca, mas se possível, por favor, levem um livro para doação, ele pode ajudar muito aqueles que querem entrar em contato com a cultura e não podem.
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